Braga

Braga

Braga, que hoje é capital do distrito do mesmo nome, e que foi designada em épocas anteriores com formas grandiloquentes como a “cidade dos Arcebispos”, a “Roma portuguesa”, a “cidade dos três Sacro-Montes” ou o “coração do Minho”, foi também capital de toda a Gallaecia romana após a sua fundação no século I a.C. sob o […]

Falperra: lugar de ladrões?

Existe a crença popular de que o topónimo Falperra que temos nas cidades da Crunha e de Vigo provém do português, e que significa “lugar onde abundam os ladrões”. Ora, uma afirmação do tipo “vém do português e significa lugar onde abundam os ladrões” deve, necessariamente, obrigar-nos a andar com olho. Outras Falperras Em primeiro […]

Toponímia celta (V): o tema dubr-

Um tema interessante de origem céltica, com presença na Gallaecia, mas não só, é o tema dubr-. Ward (1996) compila-o como *dubros, que é, ao mesmo tempo ‘escuro’ e ‘água’. Nisso segue a Matasovic, que parece confundi-lo com *dubos, com efeito ‘escuro’. De modo que *dubros ficaria apenas para ‘água’, dando apelativos nas línguas célticas […]

Topónimos germânicos (VI): terminações em -ilde

Nesta sexta nota sobre antropotoponímia germânica iremos expor o caso dos topónimos terminados em -ilde. Procedem, como no resto dos casos, de um genitivo, neste caso –gildi, com uma evolução dupla: para -ilde, pola perda do -g- não sonorizado; e para -gilde, pola sonorização dessa gutural. Com independência do modo como evoluíram, estas terminações correspondem-se […]

Das vendas, das mercas e das feiras

Andam os tempos cada vez mais económicos. Nunca tanta gente soube tanto tecnicismo nem tanta gíria económica, e talvez nunca tanta gente soube menos de economia, polos vistos. Hoje vou fazer um pequeno contributo, referindo-me às vendas, às mercas e às feiras que povoam a nossa toponímia galego-portuguesa. A existência de topónimos relacionados com os […]

Toponímia inventada (I): a Costa da Morte

Há casos de toponímia inventada. Por inventada refiro-me ao facto de não ter sido produzida de forma coletiva polos povos ao longo dos tempos e assentada pola ação mesma de nomear os lugares — mas imaginada por uma pessoa ou por um grupo muito reduzido de pessoas e só depois aceitada e reproduzida através de […]

O poder de nomear

Um anúncio da Junta da Galiza a respeito da toponímia galega está a gerar já alguma controvérsia, com expressões, como a de Carlos Callón, que sobardam a incredulidade para qualificar a medida de puramente cínica. Quem habitar na Galiza saberá que a toponímia é um âmbito em conflito permanente entre, de uma banda, as práticas […]

Toponímia árabe (I): o tema sidi

Comecemos esta primeira nota sobre toponímia árabe centrando-nos no tema sidi, do árabe sayyid (“senhor”), que deu, evolutivamente, a forma *zide (var. *side, *xide) que aparece tanto na Galiza como em Portugal habitualmente como segundo elemento de um topónimo composto. Na Galiza, figuram Abuzide, Cazide, Cardezide, Carpazide, Carrazide, Carrozide, Casal de Zide, Crezide, Donzide, Lamazide, […]

Toponímia celta (IV): o tema inh-

Inhanho (Cabana de Bergantinhos), Inhovre (Rianjo) e Inhás (Oleiros) são topónimos na Galiza cujo lema inh- parece ter muito a ver com os hidrónimos Inha e Dinha (< de Inha) que há em Portugal, e também com o rio Em (“inter rivulos Enn et Gorgula“; 940), na zona galega do Gerês, como se verá. A […]

Falsos fitotopónimos

Quantos nomes de lugar há que sejam Carvalho? Quantos Pinheiro? Quantos Sobreira, quantos Figueira, Nogueira ou Moreira? E, porém, como suspeita José da Cunha, não são elementos vulgares de mais para darem nome a um lugar? Não são elementos que há por toda a parte e, por isso mesmo, inúteis para significar com o seu […]