Viana do Castelo: água ou caminho?

Continuando com o bloco de cidades da Portugaliza, nesta ocasião vamos centrar-nos em Viana do Castelo, cuja etimologia oferece certa controvérsia. Vianas, mesmo que nesta ocasião se fale especialmente de Viana do Castelo (antiga Viana da Foz do Lima), há várias: além da referida, em Portugal está também Viana do Alentejo (antiga Viana a par […]

Topónimos germânicos (I): terminações em -rei.

Continuando com o antecipado na nota anterior sobre Guimarães e Guimarei, agora vamos abundar no processo antropónimo > topónimo, centrando a vista nos antropónimos germânicos cuja terminação –rei estava já em Guimarei e que dá lugar, através de outros antropónimos, a uma série bastante abundante na toponomástica galega e, sem dúvida, especialmente no que diz […]

Guimarães: Portugal nasceu na herdade de um crunhês

Quem vinher atrazido polo título desta nota deve saber que umha afirmaçom assim responde apenas a umha questom puramente literária. Portugal nom nasceu na Crunha, é claro. Mas na história de Guimarães e, sobretudo, no seu nome, transparece a história do reino da Galiza e das suas casas nobres, entre elas a de Vímara Peres, […]

Vigo: a cidade que se chama aldeia

Como parece que, sem o ter pretendido, se tem estabelecido umha série sobre grandes cidades galego-portuguesas (Compostela, Crunha, Lisboa), tratemos nesta ocasiom Vigo, a cidade mais importante da Galiza por número de habitantes e por potência económica. Entom, o que significa Vigo? Existe, à partida, um consenso geral a respeito de que Vigo procede do […]

Do modo como o porto d’Oçom terminou sendo o porto em que zoava muito o vento

Vam já várias notas a falar sobre a deturpaçom da toponímia galega às maos dos recentralizadores castelhanos de diversas épocas, mas o tema nom se esgota, nom. É quase infinito, tanto como incontornável. Um dos exemplos que mais chama a atençom é o do Porto d’Oçom, castelhanizado como Puerto del Son, parelho à toponímia oficial […]

Das igrejas e da geo-referencialidade

Diz José da Cunha que nos primeiros séculos da cristianização peninsular, a presença de uma igreja era uma marca de tal modo importante e rara no espaço geográfico, histórico e cultural que merecia diferenciá-lo toponimicamente”. A ciência toponímica explica que esse é, precisamente, um dos condicionantes sine quae non para o estabelecimento dum topónimo. Mas, […]

Lisboa foi um porto feliz?

Noutra parte deste caderno já se falou do modo como a etimologia, ciência que nasceu ao abeiro do romanticismo, se coligou amiúde com o nacionalismo e o chauvinismo para produzir as mais imaginativas soluçons. Na Galiza, por exemplo, a Crunha estava fundada por Hércules, segundo asseguraram alguns, referindo-se ao faro que na atualidade se denomina […]

O neno ou as águias

Vai outra de toponímia deturpada. Quem ler saberá desculpar, por dous motivos: porque a toponímia deturpada se presta às maiores burrices no seu estudo etimológico; e porque a toponímia deturpada é, simples e tristemente, maioritária. O caso de hoje constitui, ademais, umha das mais flagrantes barbaridades daquele processo de desnaturalizaçom linguística que continua, mas que […]

A Crunha: promontório ou fundaçom divina?

Já se anunciou no artigo anterior. Está na hora de falar da Crunha (graf. isol. A Coruña) e das suas possibilidades etimológicas. Na nota a respeito da toponímia de Compostela já se avançava a ideia de que as interpretaçons etimológicas de determinadas palavras, e notadamente dalguns topónimos, tenhem mais a ver com a exigência comercial […]

Artigo ou mutilaçom?

Eu cheguei ao estudo da toponímia ao ver como, em multidom de casos, os nomes de lugar do meu país estavam incorretamente escritos. Nom estou a falar do modo como o fascismo espanhol se dedicou selvagem e alegremente a deturpar a toponímia galega, mas de como, amiúde, os próprios utentes do português galego, nomeadamente durante […]