Apontamentos sobre o conceito de território na Gallaecia: dos celtas aos suevos

Os territórios políticos da antiguidade sobreviveram em muitos casos, tanto na sua concepção geográfica ou espacial, quanto no que diz a respeito do seu nome. Hoje, é possível rastejar corónimos pré-romanos nos nomes das nossas comarcas e, nomeadamente, das demarcações geográficas da hierarquia católica. A divisão geográfica é interessante por si própria, como parte da […]

Toponímia celta (V): o tema dubr-

Um tema interessante de origem céltica, com presença na Gallaecia, mas não só, é o tema dubr-. Ward (1996) compila-o como *dubros, que é, ao mesmo tempo ‘escuro’ e ‘água’. Nisso segue a Matasovic, que parece confundi-lo com *dubos, com efeito ‘escuro’. De modo que *dubros ficaria apenas para ‘água’, dando apelativos nas línguas célticas […]

Toponímia celta (IV): o tema inh-

Inhanho (Cabana de Bergantinhos), Inhovre (Rianjo) e Inhás (Oleiros) são topónimos na Galiza cujo lema inh- parece ter muito a ver com os hidrónimos Inha e Dinha (< de Inha) que há em Portugal, e também com o rio Em (“inter rivulos Enn et Gorgula“; 940), na zona galega do Gerês, como se verá. A […]

Toponímia celta (III): o tema ambas

Existe uma pequena controvérsia a respeito de se o tema *amba-, que na Galiza e no norte de Portugal tem uma certa presença, tem procedência céltica ou anterior, paleoeuropeia. Bascuas (2006), contudo, já notou a possibilidade de um tema paleoeuropeu sobreviver sem alteração a um superestrato celta. A tese de Bascuas é justamente esta: que […]

Topónimos celtas (II): tema tegi-

Para os temas *tagi- e *tegi-, o professor Edelmiro Bascuas (2006: 62 ss.) tem oferecido o significado “lodeiro” baseado no PIE *ta- “derreter, apodrecer”, que parece claro em hidrónimos como Tejo (<Tago). Porém, Miguel Costa (2010) oferece uma revisão na que, sem negar a possibilidade desse significado, traça uma alternativa de ascendência céltica onde *tegi– […]

Topónimos celtas (I): o tema cerv-

Hai quem diga que em Cervo, no norte da Galiza, houvo cervos (cervos suficientes como para gerar um zootopónimo, entenda-se), como também em Cerveira ou em Cervanha ou em Cervantes. Ora, a documentaçom aponta noutro sentido, bem mais razoável, que se afasta claramente do zootopónimo. Moralejo (2010: 107) sugere ter-se em conta a forma *kerbho– […]