Toponímia árabe (I): o tema sidi

Comecemos esta primeira nota sobre toponímia árabe centrando-nos no tema sidi, do árabe sayyid (“senhor”), que deu, evolutivamente, a forma *zide (var. *side, *xide) que aparece tanto na Galiza como em Portugal habitualmente como segundo elemento de um topónimo composto. Na Galiza, figuram Abuzide, Cazide, Cardezide, Carpazide, Carrazide, Carrozide, Casal de Zide, Crezide, Donzide, Lamazide, […]

Toponímia celta (IV): o tema inh-

Inhanho (Cabana de Bergantinhos), Inhovre (Rianjo) e Inhás (Oleiros) são topónimos na Galiza cujo lema inh- parece ter muito a ver com os hidrónimos Inha e Dinha (< de Inha) que há em Portugal, e também com o rio Em (“inter rivulos Enn et Gorgula“; 940), na zona galega do Gerês, como se verá. A […]

Falsos fitotopónimos

Quantos nomes de lugar há que sejam Carvalho? Quantos Pinheiro? Quantos Sobreira, quantos Figueira, Nogueira ou Moreira? E, porém, como suspeita José da Cunha, não são elementos vulgares de mais para darem nome a um lugar? Não são elementos que há por toda a parte e, por isso mesmo, inúteis para significar com o seu […]

Mesão do Bento, não do Vento

Já se falou em diversas ocasiões do modo como a ignorância premeditada que instituiu a ditadura fascista no Estado espanhol trouxe para a Galiza importantes consequências no âmbito concreto da toponímia. Às castelhanizações, que foram deturpações consabidas e, portanto, bárbaras, há que somar outras fórmulas como a de ir à toa segmentando falsos artigos (v. […]

Topónimos germânicos (V): terminações em -sende e -sinde

Vai mais uma peça sobre as terminações de topónimos derivadas de genitivos germânicos, nesta ocasião referidas a -sende e -sinde. Estas terminações correspondem-se com os lemas paleo-germânico *senþaz ‘companheiro’ ou *swenþaz ‘forte’, e com elas, aparecem nos limites da antiga Gallaecia mais de meio cento de topónimos diferentes, sem contar os microtopónimos, cuja extensão ultrapassaria […]

Lugares com falso nome de pessoa (II): Mariola, Marta e Martim

Continuando com o fio sobre lugares com falso nome de pessoa, no qual já foi tratado o caso de Suso e Susana, vejamos agora mais um exemplo com os nomes de Mariola, Marta e Martim. Mariola é, na Galiza, hipocorístico do nome bíblico Maria (hebreu Miriam). Marta é também nome bíblico, derivado do hebreu-aramaico מַרְתָּא, […]

Toponímia celta (III): o tema ambas

Existe uma pequena controvérsia a respeito de se o tema *amba-, que na Galiza e no norte de Portugal tem uma certa presença, tem procedência céltica ou anterior, paleoeuropeia. Bascuas (2006), contudo, já notou a possibilidade de um tema paleoeuropeu sobreviver sem alteração a um superestrato celta. A tese de Bascuas é justamente esta: que […]

Topónimos celtas (II): tema tegi-

Para os temas *tagi- e *tegi-, o professor Edelmiro Bascuas (2006: 62 ss.) tem oferecido o significado “lodeiro” baseado no PIE *ta- “derreter, apodrecer”, que parece claro em hidrónimos como Tejo (<Tago). Porém, Miguel Costa (2010) oferece uma revisão na que, sem negar a possibilidade desse significado, traça uma alternativa de ascendência céltica onde *tegi– […]

Topónimos celtas (I): o tema cerv-

Hai quem diga que em Cervo, no norte da Galiza, houvo cervos (cervos suficientes como para gerar um zootopónimo, entenda-se), como também em Cerveira ou em Cervanha ou em Cervantes. Ora, a documentaçom aponta noutro sentido, bem mais razoável, que se afasta claramente do zootopónimo. Moralejo (2010: 107) sugere ter-se em conta a forma *kerbho– […]

Topónimos germânicos (IV): terminações em -ulfe, -ufe e -oufe

Continuamos com a toponímia germânica na Galiza. Como se viu até a altura, a maioria das ocorrências do fenómeno dão-se em como expressão de pertença ou propriedade. Isto é, que os topónimos são, na realidade, antropotopónimos e, portanto, procedem de antropónimos, neste caso germânicos – principalmente suevos – que chegam a nós através do seu […]